Com o fim do Lollapalooza no Brasil, tomei a liberdade de lembrar de um dos álbuns mais notáveis no mundo rock para mim, o “Self-title” dos Foo Fighters, nada mais que o primeiro de toda a caminhada pós Nirvana do Dave Grohl.
Pode ser que você não seja fã, ou não veja graça no som produzido pelo Foo Fighters ao longo desses anos, mas não há como negar a importância que tanto o Nirvana, quanto o Foo Fighters geraram na história da música, na história do rock.
O álbum “Foo Fighters”(1995) me agrada muito, ao longo dos anos houve uma suavização natural no repertório da banda, músicas acústicas, músicas com instrumentos eruditos, e esse álbum é a essência de toda a brutalidade existente ainda naquela época. Talvez porque era a chance daquele notável baterista mostrar que sabia fazer mais que espancar pratos e caixas, o resultado disso? Um álbum praticamente "garagem", onde o "baterista" gravou a guitarra, contrabaixo, bateria e os vocais de todas as faixas. A sonoridade é tão sincera que às vezes acredito que Dave apenas gravou esse álbum para ter um backup de suas composições e não almejando a venda de milhões de discos, fama e etc...
Que o Dave Grohl é uma das lendas da bateria é algo inquestionável, mas as linhas de guitarra nesse álbum são quase tão pesadas quanto às linhas de sua bateria. Na música postada, “Exhausted”, é possível notar uma certa "brincadeira" com as distorções e microfonias bem típicas do falecido e notável Kurt Cobain. Ao ouvir as 14 faixas do álbum é como se transportar para o começo dos anos 90. Atrevo-me a dizer que quase posso me imaginar nas pequenas e abafadas casas de shows undergrounds dos Estados Unidos.
Muito já foi dito, durante e após o evento sobre a performance da banda, mas tomei como relevância escrever sobre o primeiro álbum, pois é a raiz, o porquê, o motivo de toda a existência desse grupo de pessoas que se uniram ao longo dos últimos 10 anos para expor seus pontos de vista sobre a música, a vida e o mundo em que vivemos. Certamente ainda há pessoas que não conhecem a discografia inteira da banda então esta é a chance de desfrutarem da época em que o rock mudava drasticamente de um glam rock para algo menos extravagante e colorido, um som que condizia mais com a realidade, onde se tentava fazer a sonoridade mais pesada possível, mas sem perder a sutileza das letras.
Por Carlos Eduardo